domingo, 30 de março de 2008

Um passeio inusitado


Minha vida é uma festa... e não poderia de deixar de compartilhar um fato bastante inusitado que me aconteceu. E não façam como minha mãe que até agora acha que é brincadeira, foi verdade verdadeira.
Numa manhã chuvosa de sábado saio de casa em busca de fazer coisas de menina (leia-se depilação, unhas, hidratação nos cabelos etc). Resolvi ir caminhando, afinal o salão fica próximo a minha casa. Neste belo e prazeroso passeio surgem os calos. Uma inocente chinela rasteira me propiciou dois belos calos. Ainda tinha um longo caminho pela frente e não agüentava mais andar. Tirar a sandália foi o primeiro pensamento, mas eis que vejo um meio de transporte que poderia me ajudar bastante: uma carroça.
Me dirijo aos gentis senhores e pergunto se eles podem me dá uma carona. Eles bastante espantados com meu pedido inusitado ficaram sem reação. Não me dei por vencida e perguntei novamente. Assustados, eles acenaram as cabeças fazendo sinal positivo e eu subi na carroça.
Vocês devem estar se perguntando se eu não tive medo de ser seqüestrada, assaltada etc. Claro que tive, por isso pensei em tudo. Uma carroça não atinge uma velocidade enorme, então em caso de emergência a solução que articulei era me jogar!
Mas, felizmente, percorri várias esquinas da Av. Rodrigues Alves na carroça puxada pelo burro chamado Truia. Resolvi meu problema dos calos e fiquei feliz da vida com minha astúcia.

Para Manter um Grande Amor



Para manter um grande amor não deixe que ele se vá, mas não o amordace; abrace-o. Não o acomode; acolha-o. Não o desafie; conquiste-o. Não o ponha num pedestal; mantenha-o bem ao seu alcance. Não acumule mágoas, discuta respeitosamente sobre o que lhe desagrada.

Reconheça quando pisar na bola, mas não se deixe humilhar pelo outro. Viva esse amor com zelo, cumplicidade e uma boa dose de clemência.

Nunca, mas nunca mesmo, deixe o ser amado encurralado, pois a mais dócil das criaturas vira fera quando sem saída, ou pior, amofina, morre e quem ama não mata, não é?

Não confunda orgulho com amor próprio. Essa confusão costuma ser fatal para o amor. Não se deixe escravizar, nem escravize quem você ama. Agradem-se mutuamente, sem que precisem concordar com tudo que o outro quer, diz ou pensa.

Afaguem-se sempre. Vale cheiro na nuca, bilhetinhos apaixonados, mãos unidas no cinema,voz dengosa ao telefone, cafuné, abraços, beijos e amassos.

Não estimule o ciúme, se quiser evitar uma briga feia, e tente não se tornar um ciumento patológico.

Não castigue o seu amor, essa função educativa é dos pais, dos professores e da própria vida. Demonstre seu desconforto, permita que o outro se explique e deixe a raiva passar.

Não entre em competição por nada nesse mundo, pois se há um lugar no qual competir não tem a menor importância esse lugar é a relação amorosa. Nela o amor é o único campeão. Quem ama aplaude a vitória do outro e por seu lado avança também.

Não duvide da força do amor, mas não o deixe ao Deus dará. Ele precisa de dois para vingar. E ame por inteiro o seu amor, não adianta amar apenas as qualidades; nem amar só nos bons momentos.

É aconselhável enfrentar os maus momentos para conservar esse amor, assim como convém valorizar cada encontro, cada gozo, cada olhar.

Para manter um grande amor vale uma prece. E nos casos dos amores adormecidos, como se refere às crises amorosas, um querido trovador, me vem à memória o poema Prece de Fernando Pessoa, que fala de saudade e de esperança nos versos a seguir:

“ Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.”

Se ainda assim o amor não resistir, pode ter sido amor, pode ter sido verdadeiro, só não foi possível conservar. Então, cai bem o respeito ao amor vivido. Trate-o com carinho e consideração. Mantenha as boas lembranças levando o melhor que viveram em algum lugar no coração.

Eu romântica incurável, não cedo fácil: fico aqui torcendo e rezando. Que vença o amor e que sejam abençoados as almas e os leitos de todos os amantes. Porém se esquecer da mais básica das lições: se não amarmos a nós mesmas em primeiro lugar, ninguém amará.

Evelyne Furtado.
11 de junho de 2007.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Auto - Estima

Olhei bem dentro de mim
E apesar de tantos erros
Confesso: gostei do que vi.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Amor da Cabeça aos Pés.

Desde que nascemos passamos por perdas. Perdemos o aconchego do útero. Perdemos a proteção materna. Nós meninas vivemos o Complexo de Electra (perdemos o amor do pai para nossas mães) e os meninos os transtornos edipianos perdem o amor da mãe para o pai), isso tudo segundo Freud.

Sempre tive medo de perder. Sentia-me traída, usada, amputada no que eu tinha de melhor: a afetuosidade e a lealdade.

Depois que a dor passa, os contornos desse quadro mudam e dependendo da relação que tivemos, percebemos o quanto foi bom enquanto durou.

Esse relato, aparentemente melancólico, tem o sentido de mostrar que sobrevivemos a todas essas perdas. Ainda que seja atravessando surtos de ansiedades, compulsão alimentar, cachoeira de lágrimas.

Pois bem, caímos e levantamos algumas vezes. Não sem raiva, não sem mágoa, não sem constrangimentos, não sem dor. Buscamos apoio de amigos e familiares, além da ajuda especializada.

Entretanto o bom disso tudo é que cada perda vivida traz ganhos. Inclusive calóricos, quando a ansiedade é aplacada com a ingestão de um pote inteiro de sorvete de chocolate, por exemplo.

Falando sério, ganhamos realmente mais consciência de nossa individualidade. Descobrimos do que gostamos, revemos nossas prioridades, revistamos os nossos sonhos.


Rompimentos amorosos doem, porém saber que podemos sobreviver à perda do parceiro, reforça a nossa fé na vida, pois ela se renova e nos abre horizontes.


É bom saber, também, que podemos juntar tudo de bom que vivemos. Lembrar de cada "eu te amo" que ouvimos e que falamos, de cada beijo, de cada encontro, de cada olhar. São emoções que ficam para sempre.

No mais, continuaremos romântica e como toda mulher “merecemos rosas" como canta Ana Carolina, pois ainda "somos amor da cabeça aos pés".




domingo, 23 de março de 2008

Sofrer e não ter a vergonha de ser feliz.


Tudo na vida é finito. E junto com o fim, além das famosas letrinhas eternizadas no cinema “the end” vem o sofrimento. Cada um sofre de acordo com sua personalidade. Aqueles mais intensos transformam um simples fim de jogo um sofrimento terrível. Tem aqueles que sofrem calados e quietos... é um sofrer silencioso e inquietante. Tem o sofrimento midiático, que é divulgado para tudo e todos. Tem o sofrer esperançoso...
Nós mulheres sofremos por vários motivos e também absorvemos o sentimento dos outros. Acho que é por isso que quase “lavamos” o cinema naquelas comédias românticas ou em filmes dramáticos. Tem também a cena clássica: encosta-se na porta, escorrega com a mão na testa e chora convulsivamente (com um toque de classe) no chão. O sofrimento de Bridget Jones chega a ser divertido... Regado com um porre de vinho e muito sorvete. O chique sofre na praia, caminhando lentamente na areia e sentindo a água bater nas pernas – tem aqueles que preferem se jogar nas compras ou num spa. Tem os desesperados que rasgam fotos e atiram objetos pela janela.
Depois de tudo isso, vem aquela sensação que tudo não passou de uma cena de filme e que estamos felizes e resolvidas com o nosso problema. Eu me enquadro mais no quesito Bridget Jones, mas como estamos falando em sofrimento calórico vamos apostar na caminhada na praia.
O que importa é que depois da maré nostálgica vem a calmaria e a sensação que tudo foi um exagero. E depois de pouco tempo, começa tudo denovo...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Chão de Giz.

Nem percebi e de repente o blog “Mulheres em Dobro” completa um mês de existência. É lugar comum falar que o tempo está voando, pois é essa a impressão que temos. Porém, no caso do nosso blog, a sensação foi mais forte ainda, pois está sendo uma delícia escrever aqui.
A idéia é muito interessante, pois mesmo que os choques de gerações não ocorram mais atualmente, o que é ótimo, temos visões diferentes da vida de acordo com a idade.
Fernandinha traz humor inteligente e frescor juvenil. Só leio o texto dela quando está no blog e morro de rir. Mas ela não faz só graça. Ela tem muita vontade de aprender e de crescer profissionalmente. E o melhor: o livro do seu futuro tem folhas branquinhas para ela preencher com suas realizações.
A minha colaboração traz mais experiência de vida. Meus olhos já viram mais do que os dela. Já sei, por exemplo, que errar não dói, pelo contrário, nos oferece a oportunidade de ousar e aprender mais.
Vivemos situações em comum também, pois Fernandinha é amiga de minha filha desde criança. O café da manhã, cantando Chão de Giz, foi delicioso. Nós três (eu, Sylvinha e Fernanda) preparávamos a refeição em um domingo e começamos a cantar.
E quando chegávamos ao verso que terminava com a expressão “amiúde,” o coro era ensurdecedor na cozinha. A gente cantava e chorava de rir. Mas adoro a música, que fique claro, apesar "das violetas sem os colibris".
Bem, pelo contador estamos bem. Pelos comentários dos conhecidos também.E ainda pelos que chegam aqui sem nos conhecer e deixam a opinião.
Por isso que venham muitos meses para nossos textos e que nós Mulheres em Dobro cumpramos a nossa proposta, com humor, amor, poesia e música. Pois escrevo e leio o nosso blog e tenho prazer nas duas funções.
Parabéns Sobral!

Com você o Tema do Nosso Primeiro Mês.


quarta-feira, 19 de março de 2008

O primeiro de muitos

Para comemorar o primeiro mês de existência do “Mulheres em Dobro” nada melhor do que falar sobre aniversários. Aniversários para alguns representam “envelhecer”, para outros é sinônimo de festa e tem aqueles que não gostam nem de receber os parabéns.
Eu adoro meu aniversário, desde a data até tudo que representa. Adoro acordar com a ligação do meu padrinho fingindo ser um cacique – nasci no Dia do Índio -, tomar café com meu pai ele esquecendo os parabéns, só lembrando quando está no banho, as ligações, mensagens, e-mails... É muito bom receber as manifestações de carinho numa data especial.
A atmosfera de aniversário é muito saudável. Celebrar mais um ano de vida, mais um ano de experiência. O melhor de tudo é fazer um balanço do ano que passou. Todos os anos (não só no fim de ano) eu faço este balanço e vejo que sempre tem novidades, mas algumas coisas estão sempre no mesmo lugar e faço planos para o ano seguinte.
No primeiro mês de existência do “mulheres em dobro” posso afirmar que estou (estamos!) muito feliz com o resultado. Estamos agradando não só aos nossos conhecidos como também aos internautas que nos visitam por acaso. Adoramos ler os comentários e saber que os leitores estão aprovando e se divertindo com as nossas histórias, porque esta é a nossa intenção.
Parabenizo minha parceira, pelas excelentes histórias e agradeço mais uma vez o convite, o voto de confiança, pelos vários anos de amizade e cafés-de-manhã regados de cantorias e bom papo.
Para finalizar, a música dos "cafés-da-manhã":

"Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes (oooooooooooouuu ouuuuuuuuuu)
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes"...

| Chão de giz - Zé Ramalho |

segunda-feira, 17 de março de 2008

Ninguém é Normal de Perto.




Dizem que a frase é de Caetano, mas já li que a autora foi a atriz americana Mae West ( muito antiga, mas com ótimas frases atribuidas a ela). Importa é que ninguém é normal de perto mesmo. Todos temos nossas esquisitices.
Mania, cada um tem a sua. Dizem. Eu tive várias. A mais antiga era pegar em meus cachos. Como hoje tenho menos cachos, estou quase curada. Roí as unhas quando era criança, mas logo que comecei cuidar delas, aos 16 anos, com uma manicure que passou uns 20 anos fazendo meus pés e minhas mãos, também me curei. Vejo aí uma mania boa. Mantenho pessoas que gosto por muito tempo perto de mim.
Tenho o hábito, que é diferente de mania, de comprar livros. Compro e leio, claro. Na época da faculdade, quando um professor indicava um livro de direito, eu aproveitava para comprar uns dois romances.
O que mais gosto mesmo é de ler. Leio muito e alterno um tipo de literatura com outro. Ora viajo, ora aprendo. E vou lendo com muito prazer.
Ler e sonhar. Coleciono sonhos desde menina, sendo que os sonhos daquela época não tinham limites. Eram amplos, coloridos e felizes. A vida me ensinou que alguns sonhos se desfazem e quando isso acontece dói. Comecei, então, a por limites nos meus sonhos, o que faz com que eles percam um pouco a graça, mas é sinal de maturidade, acho.
Adoro canecas de louça. Tenho várias e também mantenho alguns vícios associados às canecas: café e Coca Cola Zero. Todos que me conhecem sabem e brincam com isso. Tomo cafezinhos a manhã inteira e não almoço sem coca zero.
Doidices? A última e mais contundente é a web. Adoro navegar na internet. Leio, escrevo, converso e conheço pessoas. Sou superligada mesmo. Por falar nisso lembrei agora que coleciono Blogues, com esse que divido com Fernandinha são quatro.
Se coleciono Blogues, tenho uma compulsão para escrever. Concentro-me e escrevo. Às vezes consigo um bom texto, em outras escrevo abobrinhas, mas nem ligo. Se bem que fico satisfeita quando produzo um texto que gosto.
Atualmente venho colecionando decepções com pessoas. Essa coleção é dolorosa e eu não a aceito muito bem. Sou uma pessoa bem intencionada, leal e verdadeira. Mas não posso fazer com que se sintam assim em relação a mim, então farei o possível para não aumentar essa coleção.
Graças a Deus, coleciono gente boa e querida perto de mim. Fico feliz e segura em saber que com essas eu posso contar. Essa coleção é sem dúvida a mais bonita e mais importante para mim.
Sou meio doidinha, talvez, para quem tem como parâmetro uma pessoa convencional, formal e metódica. Mas para mim isso não é loucura. É um jeito aquariano de ser. Uma maneira de não levar essa vida muito a sério, pois os melhores momentos são espontâneos, não precisam de organização e método.





Evelyne Furtado, 17 de março de 2008.

domingo, 16 de março de 2008

Mania? Hobby? Doidice?

Quando criança eu tinha mania de fazer coleções. Colecionei papéis de carta, expostos em enormes pastas e separados por categorias. Era uma febre na escola. Cada uma com suas pastas, seus papéis e muita agilidade para realizar as trocas. Na hora do recreio todas as meninas iam ao pátio realizar o tal escambo. Tínhamos regras severas: os papéis cartinge só poderiam ser trocados por cartinge, porque eram os mais disputados; os papéis quer não eram da moda (com os personagens de desenhos da época) não eram valorizados e para realizar a troca deveriam ser trocados por dois; e várias regras que eu não me recordo mais. Algumas vezes, o poder de persuasão e o argumento de troca faziam com que burlássemos algumas dessas regras. E assim eu fiz minha primeira coleção: três pastas completas com os mais variados papéis. Tenho até hoje. E estou numa situação delicada, pois ou começo a escrever cartas neles ou rezo para a moda de papel de carta voltar e os entrego a uma sucessora.
Já tive coleção de adesivos (comprei até umas pastas auto-colantes), coleção de lápis, coleção de borrachas, álbuns de figurinhas, prendedores de cabelo e muitas outras. Com o tempo, fui me desfazendo de algumas destas coleções e logo criei um novo hobby: colecionar copos. Copos para bebida alcoólica, copos com temas divertidos, copos infantis, enfim... eu amo copos. Já tenho do Bob Esponja, da Hello Kitty, Scooby-Doo, copo de cachaça, copo (taça) de champagne, copo de cerveja – que dizem ser do tamanho da minha sede, com capacidade para 1litro. É uma mania que começou por acaso. Mas, hoje em dia os amigos viajam e me trazem copos. Meu pai me presenteia com copos. Até minha mãe no começo resistente com a minha nova invenção resolveu ser entregar. Eu adoro minha coleção de copos. Mania? Doidice? Pode até ser. Mas, mania cada um tem a sua.
E como todo colecionador tem um sonho, eu não poderia ser diferente. Meu sonho é: a caneca do Programa do Jô. Já pensou? Seria colocada em local de destaque na prateleira com direito a iluminação especial de Castelo Casado. Aaaah, a caneca do Jô!

sábado, 15 de março de 2008

O Espelho e a Mulher.




No espelho, a verdade
Revela uma das faces
Entre as múltiplas possibilidades
Da mulher refletida.
Parceiro essencial às vaidades
O espelho reflete com fidelidade a superfície.
O rico interior; o infinito renascer de sentimentos
da mulher que o mira, escapa-lhe,
contudo, à sua rasa luz.

Evelyne Furtado

sexta-feira, 14 de março de 2008

Beleza não é Essencial.


O próprio Vinicius de Morais, autor da frase " as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental", disse também numa carta escrita à sua mãe, descrevendo sua primeira mulher, que ela era " de uma feiurinha linda". O texto está no livro que traz correspondências de Vinicius, reunidas por Ruy Castro, que aproveito para indicar pois é delicioso.

Está claro que o belo é relativo. Quem é feio para mim, pode não ser para o leitor.
Frida Khalo é um exemplo do que digo.A pintora mexicana era feia. manca e usava um aparelho terrível para abrandar as dores que sentia, em razão de um acidente, mas conquistou o coração do pintor Diego Rivera, entre outros. A beleza de Frida estava na sua alma guerreira, na sua vitalidade e nas cores vivas, claras e fortes das suas telas.

A beleza segue padrões determinados de acordo com a época. O que era bonito na corte de Luis XVI não é belo hoje. Os exagerados modelitos usados pela minha querida Maria Antonieta seriam hoje fantasia de destaque de escola de samba.

O padrão atual é rígido e cruel. Quem entra na paranóia da mídia, vive a infelicidade de não ser magérrima, loura, com barriga tanquinho, cabelos lisos e silicone.Algumas perseguem esse padrão incansavelmente.

Os homens que não sentiam essa cobrança passaram a sentir. E alguns são tão vaidosos que já ganharam o título de Metrossexual.

Não há como negar que a beleza atrai. Existem pessoas lindas e nós gostamos de olhá-las e de nos aproximarmos delas.

A primeira impressão que temos de alguém é através da aparência, todavia, não nos enganemos o belo Príncipe pode ser um sapo chato e sem caráter.

Uma das frases que mais gosto é de Antoine de Saint-Exupéry. Disse o autor do Pequeno Príncipe " que o essencial é invisível aos olhos, pois só se vê bem com os olhos do coração". Lindo, não?

quinta-feira, 13 de março de 2008

É fundamental?


Vinícius (desculpe a intimidade com o grande poeta e compositor Vinícius de Moraes) que me desculpe, mas beleza não é fundamental. Afinal, se “gosto” não se discute como se pode classificar o belo?
Gordurinhas localizadas são sinônimo de beleza para alguns, para outros tem que ter barriga de tanque. Cabelos loiros, ruivos, pretos, tingindos, enrolados, ondulados, lisos... cada qual tem sua característica peculiar. Analisando fatos isolados percebemos o quanto a questão da beleza é relativa.
A campanha da Dove para o verão de 2007: “o sol nasce para todas”. Formidável. Afinal de contas, somos todas belas com a formosura que Deus nos deu, ou com uma ajudinha da clínica de estética e do bisturi. Contradição? Pode até ser. Mas, beleza é estado de espírito. É estarmos de bem com a vida e com o mundo e exalar alegria.

terça-feira, 11 de março de 2008

Eles brincam. Nós brincamos.

Homens são meninos e não deixam de brincar nunca. Eles apenas mudam o valor e o tamanho do brinquedinho novo. Tenho um amigo que comprou um Fusquinha 68, com o qual ele sai duas vezes por semana para brincar.

Eles adoram filmes de lutas, tiros, ação. Quanto mais sangue melhor (nem todos são assim, claro) e amam os efeitos especiais e as teorias conspiratórias. São filmes para meninos grandes.

E nós? Vamos ser justas. O que é uma tarde no shopping para uma mulher? Pura brincadeira. Conheço mulheres que não podem ver uma bolsa diferente, que já acham que é a cara delas, mesmo que já tenham uma dúzia quase iguais.

Mesmo as mulheres que não tem muito para gastar, adoram uma passadinha numa loja para comprar xampus, cremes e outras coisinhas mais.

E as mudanças no visual? Quase todas nós gostamos de mudar a cor do cabelo ou o corte. As escovas de chocolate, as de queratina, as definitivas ou passageiras, fazem parte do nosso lado lúdico também.

Eles gostam de um chope com os amigos para falar de futebol, carros, os novos brinquedos, e, claro, das Julianas Paes da vida. Eles são assim, quando se juntam depois da pelada.

A gente adora encontrar amigas para por as idéias em dia. Falar do trabalho. Do último livro que lemos. Fofocas, também, vamos confessar. Eles também fazem as suas resenhas, que às vezes são mais cabeludas que as nossas.

E os nossos filmes preferidos, meninas? Afora àqueles que agradam a todos pelo conteúdo abrangente, nós amamos filminhos tipo "Sessão da Tarde". Eu, pelo menos adoro!

Acho tudo isso muito saudável. Um casal não tem que fazer tudo juntos. É importante manter a individualidade de cada um, desde que não venha prejudicar o relacionamento.

Mas é bom pensar bem antes. Eu jamais seria feliz com um cara que gostasse de vaquejadas, por exemplo ou que passasse metade do ano pesquisando insetos na Amazônia por exemplo.

Hoje brinco de escrever ou vocês acham que faço isso por obrigação?

Evelyne Furtado.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Eles.


Todo homem tem uma paixão. O futebol paixão nacional dispensa comentários. Mas, tem aqueles que por não gostar de futebol criam outra diversão para chatear suas respectivas. Eles idolatram, gastam tempo e rios de dinheiro, fazem uma turma de pessoas que gostam da mesma coisa, “desperdiçam” um tempo precioso que podiam estar conosco e passam horas falando sobre aquilo.
Já vi de tudo. Conheço um casal que o marido é alucinado por cavalos. Todos os fins-de-semana ele vai cavalgar (com um grupo de amigos, claro!). Isto quer dizer que: na sexta-feira ele não sai, porque tem que acordar cedo e no sábado não sai porque está cansado. O grupo de amigos vem acompanhado de muita bebida alcoólica e uma disputa por originalidade nos acessórios (e lá se vão os rios de dinheiro para se fantasiar e fantasiar o cavalo). E como bom homem ele dispara: - Um hobby tão saudável, você reclama demais!
Tem os loucos por barcos (às vezes passam meses sumidos no mar), loucos por música (horas e horas de ensaio), loucos por rally, loucos por carros, loucos por “raquejada e carralo”, loucos por Asa de Águia, loucos por eletrônicos... enfim, cada um com sua mania. E cada uma que agüente as manias.
A pior categoria: loucos por futebol. Eles mesmos. Aqueles que não satisfeitos em ir ao estádio só para clássicos e jogos importantes, pode ser DEF (seu time do coração) contra o time da escolinha mini-mirim, eles vão. Acompanham o time como o fã-clube de Zezé di Camargo & Luciano acompanham a nova turnê. Jogo em Santo Antônio do Salto da Onça: presente! Jogo em Vixe-Maria: presente! Jogo em Santana do Rio dos Ventos: presente! Como se não bastasse tem os jogos televisionados.
E a globalização na ajuda em nada. Vocês devem estar se perguntando por que. É simples. Não bastasse os jogos locais, o time nacional escolhido, eles agora torcem para um time europeu! Ou seja, futebol de segunda a sexta.
È nessas horas que eu fico pensando... o que seria da vida sem os nossos lindos e suas manias?

sábado, 8 de março de 2008

Experiência com uma Personal Stylist.


Eu juro que não sei com que roupa eu vou sair até abrir o armário e começar a experimentar. Depois procuro os acessórios certos. Maquiagem básica: pó, rímel, lápis e batom. Um perfume que combine com meu astral e pronto. Recentemente tive uma experiência marcante. Queria me renovar e comecei pelas roupas. Contratei uma personal stylist para rever meu armário. Ver o que dava para usar, o que não estava mais em moda, o que não ficava bem em mim. O resultado: inúmeras sacolas enormes no chão para doação –gosto disso- e o armário com uma meia dúzia de roupas. Ah, e uma sacolinha com roupas para remodelar. Foi uma diversão. Algumas roupas eu agarrava como se fossem de estimação. Vestidos curtíssimos que não iria usar nunca mais. Calças com dois manequins a menos do que eu estava usando no momento. Tudo para as sacolinhas.
Roupas de estimação, pode? Ela disse que poderia. Mas apenas cinco.
Então sobraram uns vestidinhos, no máximo quatro, para usar estritamente em casa.
Bem, a sensação era de vazio, mas também de esperança, afinal era Hadassa Freddi quem me assessorava e ainda vinha o melhor: a sessão compras.
Claro que não pude repor tudo. Meu salário não dava. Mas essa parte foi mais divertida. Aprendi o que me valorizava e o que eu não deveria usar de maneira nenhuma.
O mais engraçado é que encontrei com a personal umas três vezes logo em seguida e ela adorou a combinação.Sorte, minha, pois ainda bem que ela não me viu alguns dias depois.
Uma noite de muita preguiça, saí de casa com um dos vestidinhos de casa (que é bonitinho, mas ordinário, rs) para ir só na locadora pegar um filme, onde rapidamente entrei e saí.
Resolvi descer para a praia, aonde vou para melhorar meu astral e exatamente quando estava passando em frente ao edifício onde mora um tio, meu celular tocou. Era Luciana, minha prima, que mora em Recife, mas estava em Natal, me chamando para ir lá. Era aniversário de Enzo seu filho de cinco anos e a tia Élia tinha feito um bolo. Disse que só estava o pessoal de casa.
Eu que estava passando em frente não resisti. Foi assim que cheguei em um aniversário com o vestido preto de bolinhas brancas, condenado à prisão domiciliar pela personal, e uma rasteirinha.
Querem saber do melhor? Os convidados eram primos, irmãos e cunhada. Contei logo para todo mundo. Comi bolo, ri e me diverti muito.
Mas quero dizer que a experiência foi ótima e logo vou marcar com Hadassa para uma nova sessão de shopping, pois emagreci e agora vai ser mais animado ainda.
Evelyne Furtado em 09 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

Com que roupa, eu vou?

Todo dia ela faz tudo sempre igual. Acorda as oito da manhã. Toma um colacau (leite com achocolatado) de pé na cozinha olhando a rua. Vai tomar banho. Analisa quantos quilos tem que emagrecer e imagina tudo que tem que fazer para perdê-los. Toma banho. Sessão cremes – muitos nos cabelos e corpo. Visualiza seu guarda-roupa enquanto se perfuma e imagina: - com que roupa eu vou? O dia está apenas começando. Abre o guarda-roupa. A primeira indagação: - a depilação está ordem? Em caso afirmativo, pensa em saias, vestidos ou calça capri e blusas sem manga. Em caso negativo, mais um problema pela frente. Percorre diversas vezes aqueles cabides com o olhar. Veste, “desveste”. Nesta altura, o banho já foi por água abaixo... Já está suada e estressada, isso porque a vestimenta é para ir trabalhar. Desiste. Pega uma calça jeans, blusa básica, plataforma, acessórios e vai embora.
Chega ao trabalho, entre um bom dia e outro alguém repara no colar, no brinco, no relógio. Os acessórios que seriam o charme do visual surtiram efeito. Senta à sua mesa. Liga o computador, navega pelos provedores de informação, blog´s e uma “espiadinha” (como diria Pedro Bial) no orkut. Trabalha. Bebe água, um cafezinho. Meio-dia, trânsito infernal. No caminho, relembra todos os afazeres do dia. A hora do almoço é curta para tantas atividades. Depositar dinheiro no banco, fazer unhas, trocar um presente, comprar um presente, deixar roupas na costureira, marcar cabeleireiro para o dia da festa, fazer trabalho da faculdade, pagar a conta do celular, ligar para amigos para saber a boa do fim de semana, olhar hotel para a semana santa e fazer algum favor para o pai ou mãe. Pronto, só isso! Pensamentos e seqüência de atividades organizados vai à luta.
Resolve algumas coisas, o tempo é curto. No caminho de volta ao trabalho pensa com que roupa vai sair à noite, afinal é sexta-feira. Trabalha. Faz o balanço semanal. Atualiza o blog. Lê as últimas notícias do dia. Terminou. Vamos passear. E todo dia é assim... faz tudo sempre igual, tem os mesmos afazeres, os mesmos questionamentos, os mesmos problemas

quinta-feira, 6 de março de 2008

" Que luz é luz se Sylvia não for vista?"




Um senhor inglês, do século XVII previu o que eu iria sentir séculos depois ao contemplar e amar a minha filha. Em Os Dois Cavalheiros de Verona, William Shakespeare disse o que eu teria dito com a genialidade dele, ao ver Sylvinha. Em dois versos, o mais célebre dos escritores ingleses, diz o que penso todos os dias: “Que luz é luz se Sylvia não for vista? Que alegria é alegria, se Sylvia estiver longe?".

Assim é Sylvinha para mim: luz e alegria. É ela minha fonte infinita de amor. Minha filha me deixa espantada com a sua maturidade e sua sensibilidade. Quase levito quando ouço elogios a ela.

Vinha, que tem muitos outros nomes para mim, é a filha única que vale por dúzias, quanto ao amor que eu sinto. Dividimos esse tesouro – eu e seu pai – que há um ano deu-lhe uma irmãzinha de presente. Agora ela tem status de filha única (de minha parte) e a alegria de curtir o crescimento de Maria Clara, que, diga-se de passagem, ainda não sei o que é minha, mas já gosto dela, independente de qualquer parentesco, afinal é irmã de Sylvinha.

Vinha tem umas coisas meio estranhas, apesar desse ar de fada Sininho. Às vezes, de uma hora para outra, troca os papéis e pensa que ela é a mãe. Nessas horas tenho que chamá-la a atenção e lembrá-la que a mãe sou eu. É que ela é ariana e leva tudo muito a sério. Perfeccionista, não pode falhar em nada. Preocupa-me esse lado dela, mas também me irrita, quando ela cobra de mim essa perfeição, que estou longe de alcançar. Esse docinho, que mora aqui em casa, dá conta de tudo: faz faculdade de Arquitetura, trabalha em um escritório muito bem conceituado, vai à academia (não puxou a mim) e ainda adora ser “assistente de produção” de Hadassa e Geo, no editorial de moda de uma revista de uma grande loja de departamentos.

Mas tem uma coisa. Se o convite for bom, ela esquece o cansaço e vai aonde Bruno chamar. Não. Eu não tenho ciúme de Bruninho, pelo contrário, ele é quase um filho, mas às vezes noto que ela está crescendo, basta ver o relacionamento deles: sinto uma mistura de alegria e saudade antecipada, porém, nunca podarei as asas da minha filhota. Ela sabe o que quer e isso me deixa encantada.

Sylvinha, ainda por cima, é linda, sabiam? Eu sempre achei e continuo achando. O pai também faz questão de dizer a todos, como se as pessoas não pudessem ver. Já deu para notar que fizemos tudo (intuitivamente) pela auto-estima dessa menina de 22 anos.

Minha filha foi abençoada por Deus, pois aonde chega ganha o carinho e o respeito das pessoas. Ela coleciona amigos de infância, amigos de faculdade e amigos do trabalho, fora os avulsos. E em todo aniversário é complicada a lista de convidados. Herdou o melhor da mãe e o melhor do pai. Sábia, minha filha descobriu logo que a felicidade da família não se romperia com a separação dos pais. Apesar da situação dolorosa, logo percebi uma Sylvinha mais leve e feliz. Ela sabia que não deixaríamos de ser uma família e que juntos cuidaríamos dela sempre.

Assim Sylvinha vai iluminando a vida de quem a conhece, seja a família dos amigos ou a do namorado; seja Valéria – a mãe de Clara –, com quem ela sempre se deu bem, e por isso eu passei a admirá-la. Eu já escrevi inúmeros textos sobre Sylvinha e escreverei muitos mais. Sempre falta alguma coisa para dizer.

Dessa vez quase deixei de falar que ela desenhava plantas de casas desde pequena. A vocação foi natural. Já falei da beleza, da dedicação, da inteligência e da sensibilidade. Falta dizer que, mantendo seu jeito próprio e gracioso, ela trata todos de forma igual. Dá gosto ver que criamos uma filha sem preconceitos.
Só falta repetir que a amo incondicionalmente, mesmo quando ela me olha de cara feia quando estou fumando. Babei, porque sou mãe, e ela é isso tudo.

Evelyne Furtado.

A mulher que abraça o mundo com as mãos!

Quando imaginamos um super-herói ele tem que ser forte, inteligente, dinâmico e ter superpoderes. Eu conheço uma super-heroína. Com características marcantes ela tem muitas habilidades e a principal é: ela consegue abraçar o mundo com as mãos. Além disto, lê pensamentos, adivinha coisas, sabe o que e quando dizer, salva qualquer pessoa que precise, tem idéias mirabolantes e consegue mudar móveis de lugar num piscar de olhos.
Acompanho suas aventuras a quase vinte e dois anos. Já teve de tudo. Por ser tão companheira e prestativa ela já se envolveu em várias aventuras. Já teve que segurar um carro para o mar não levar, já transformou um estábulo num lar para família, já criou um pastor alemão numa varanda, já montou e desmontou casas de praia...
A super-abraça-mundo tem uma característica bastante peculiar: sabe usar as palavras certas no momento ideal. Quando pequena, tinha uma garotinha que não queria pentear os cabelos e ela conseguia contornar a situação contando histórias – a menina que não penteava cabelo perdia tudo, todas as coisas que ela gostava iam parar dentro do cabelo até que um dia sumiu a mãe dela e ela teve que pentear o cabelo para achar a mãe -. Esta mesma garotinha não aceitava seus cachos, ela contornava com uma super-história. Tinha um garotinho que não gostava de estudar e ela usava de várias artimanhas para que o menino se concentrasse nos estudos, hoje o garotinho é bacharel em direito, culto e está cursando outra faculdade. Esta super-heroína só tem um vício, um vilão que não consegue deixá-la em paz: o cigarro. Ela não consegue lutar contra ele.
Quem conhece acho que já sabe de quem estou falando, apesar de eu ser suspeita para falar. A super-heroína é a minha mãe. Tem o melhor e maior colo do mundo. Chora e sofre comigo quando estou sofrida. Arruma soluções para meus problemas. Se derrete de cuidados quando estamos doentes. Sabe fazer o melhor “risotinho” dos domingos. Tem uma gargalhada gostosa e inconfundível. Tem sempre um jeitinho para arrumar e ajeitar o que está quieto. Tem uma mania incontrolável de colocar as coisas nos seus devidos lugares (até quando estas coisas deveriam estar fora do lugar). Não fala de ninguém, apenas transfere as informações. É um ser humano amado e querido por muitas pessoas. E como esquecer a famosa frase: - Zelminha ainda tem a mesma carinha!
Minha mãe estudou na Escola Doméstica durante toda a vida, formou-se em Sociologia na Universidade Federal. Namorou a vida inteira com meu pai – me matam de orgulho completando 34 anos de namoro – seu primeiro beijo, primeiro e único marido e tudo mais. Acompanha meu pai desde os tempos das cavernas, eles acampavam, iam para fazenda, passeios em João Pessoa, até a fatídica lua-de-mel na Fazenda Inhandu em companhia de um casal de amigos e seus três filhos pequenos (merece uma história a parte, apesar de eu não ter vivido). Foram morar no Rio de Janeiro (reza a lenda que o apartamento era do tamanho do meu quarto, não que meu quarto seja grande), vieram para Natal e estão até hoje. Meu pai já inventou de ser fazendeiro, jipeiro, bugueiro, aventureiro, cozinheiro (um desastre!), criador de cavalos, enfim minha mãe está sempre ao lado dele, apoiando suas aventuras.
Mãe exemplar, brincou de Barbie, contou histórias, fez tarefas, me deixava na escola às 8h para eu dormir mais e não levar carão do pai e do irmão, apartou as brigas, comprou as melhores roupas (aaah... meu casaquinho florido branco!), nos levou a lugares maravilhosos, assitiu todas as apresentações de dança, arrumou meu cabelo para as apresentações de aeróbica, chorou durante e após as apresentações de aeróbica, aplaudiu quando dancei Carmem Mirando, espalhou para toda a cidade que eu tinha passado em quatro vestibulares – e sempre exaltando o detalhe que fui oitavo lugar na UFRN –, fez tranças, agüentou meu mau-humor quando ela quer ajudar, me explicou o que era menstruação, me deu meu primeiro sutiã e o mais valioso de tudo: sempre repete que eu fui idealizada e desejada e nasci do jeito que ela sonhou!


Música do dia: "Até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei, e ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim, do nosso amor a gente é quem sabe..." (Los Hermanos)

quarta-feira, 5 de março de 2008

É opcional!


Hoje eu tenho quase vinte e dois anos (como o ano passou rápido? Já estamos em março!). O tempo passa rápido depois dos quinze – como me alertou meu pai. Na minha idade, minha mãe já era casada e estava prestes a ser mãe. Eu estou bem longe disto. Quero terminar minha faculdade, correr o mundo, me firmar profissionalmente e quem sabe fazer planos de matrimônio. A palavra “casamento” ainda é apenas um substantivo que está bem distante de mim.
As coisas estão bem mais fáceis, convenhamos. Nossos queridos e compreensivos pais nos dão liberdade para ir e vir, apenas preocupados com a violência urbana. Mas, plenamente consciente da educação e criação que nos deram. Viajamos, vamos a festas, saímos sem problemas e empecilhos. Acho que por isso temos tantas histórias para contar e podemos conversar de igual para igual com uma pessoa com o dobro da nossa idade. Porque fomos criadas assim. Sem barreiras, sem cobranças. Apenas muito diálogo e amor.
Dez anos atrás eu me imaginava bem diferente do que estou hoje, acreditem. Mas, está fase de iniciação da vida é muito instigante. Não sei direito o que quero, tenho um leque de opções nas mãos e muito medo de errar. Não tenho planos para daqui a dez anos e por enquanto não quero me imaginar com trinta e dois anos. Mas, quero ter a certeza que “se envelhecer é obrigatório, amadurecer é opcional” (Maria Helena Pugliesi).

segunda-feira, 3 de março de 2008

Duas Gerações e suas Prioridades.

Daqui dos mais de quarenta lembro quando tinha vinte e dois. Foi quando casei com o namorado de adolescência. Eu me achava "a madura". Sabia tudo da vida e era bem mais rígida que hoje. Aproveitamos uma greve sem fim da UFRN e casamos. Eu, que ainda a pouco era rebelde, do contra e uma retardatária do movimento hippie, casei de vestido de noiva, no estilo Lady Dy, de tafetá champanhe, pois usei a mantilha da família, já amarelada pelo tempo. Acho que surpreendi algumas pessoas, mas cumpri o figurino feliz da vida.
A faculdade levei na valsa (essa expressão é mais velha do que eu). Parei quando engravidei e ainda passei mais de seis meses para voltar. Isso pagando apenas duas cadeiras por dia. Fui totalmente dedicada a minha filha nesse período, viu Sylvinha?
Já trabalhava. Comecei como estagiária e depois fui contratada. Não tornei mais difícil do que era ser mãe, aluna de direito e funcionária pública. Tive todo apoio que precisava e nenhuma pressa.
Hoje aos quase vinte e dois, Fernanda formou-se em Publicidade, trabalha em uma agência e cursa Administração. Sylvinha, que sempre estará nesses textos, pois é o elo que une as Mulheres em Dobro e minha filha, está terminando Arquitetura e trabalha em um escritório.
As duas namoram e se divertem quando podem. Vinha já namora há alguns anos e o namorado não é só o queridinho dela. Tem uma fila de mulheres aqui em casa que o adoram, encabeçada por mamãe. Mas de acordo com os projetos de ambos para depois da formatura, talvez só encontrem vaga nas agendas para casar daqui a uns dez anos.
Mulheres de idades e prioridades diferentes, mas com algo bem salutar. Não nos sentimos tão distantes. Sou menos rígida hoje. Apesar de parecerem meninas, elas são mais maduras, portanto nos sentimos mais próximas.