quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Retrato Falado


Tinha um quadro no Fantástico (revista eletrônica dominical exibida pela Rede Globo) chamado Retrato falado. Era um grande sucesso, pois Denise Fraga interpretava histórias reais de fatos inéditos e surpreendentes ocorridos com gente como a gente. Era quase um ritual assistir ao programa e esperar passar o Retrato Falado. E a cada Domingo as histórias se superavam.
Eu sempre tive muita vontade de mandar o “causo” de uma viagem da minha família à Bahia. Como não mandei agora eu tenho a oportunidade de relatá-lo.
A família Sobral resolveu passar o final de ano na Bahia. Como o patriarca não é chegado a viagens aéreas planejou uma maravilhosa viagem terrestre. Tudo planejado aos mínimos detalhes para nada sair errado, com horários muito programados, roteiros bastante revisados e muitos outros detalhes. O roteiro consistia em: Natal (RN) – Praia do Francês (AL) – Praia do Forte (BA) – Madre de Deus (BA) – Salvador (BA). Melhor impossível.
Na noite anterior a partida uma reunião familiar para acertar detalhes. O terrorista/patriarca alarmou: - Não esqueçam nada, porque eu não voltarei para pegar! Para felicidade de todos os membros da família as cinco estavam todos prontos e felizes partindo rumo à Bahia. A matriarca levando seu kit sobrevivência que logo foi apelidado de kit “farofa com requinte”, pois tinha de pinça a comidinhas. Música, descontração e um medo danado de ter esquecido algo. Quando estávamos para lá de São José de Mipibú um grito de horror ecoou. O patriarca, justo ele, havia ESQUECIDO o celular. Pasmem! Voltamos para casa para pegar. Todos calados e quietos com medo que ele desistisse da viagem. Resolvido esta passagem voltamos para a estrada – com muita vontade de rir.
Começamos a atravessar fronteiras. E os “micos” começaram. A cada fronteira nova que eu ultrapassava (até então só tinha ido até Pernambuco) era “convidada” a descer do carro e tirar uma foto embaixo da placas: Bem-vindo a Alagoas, Bem-vindo a Sergipe, Bem-vindo à Bahia. Mas, acontece nas melhores famílias.
Chegamos à Praia do Francês felizes e animados, afinal vimos belas imagens na internet. Passeamos pelas ruas e fomos a um restaurante mexicano. A pluralidade cultural é uma maravilha. Entre uma margherita e outra a família ia se esbaldando. Até sessão de fotos com os chapéus dos músicos teve. Turista pode!
Dia seguinte, partimos para Bahia. Praia do Forte nos aguardava. Uma chuva torrencial nos pegou na estrada e nos acompanhou o resto da nossa viagem. Parecíamos a família Adams. Para onde íamos, a nuvem acompanhava o carro.
Chegando na capital baiana resolvemos ir ao Shopping. O motorista/patriarca disse saber o caminho. Nisto ficamos dando voltas, voltas, voltas. Algumas vezes passávamos em frente Shopping e a avenida não permitia entrar. E mais voltas. A matriarca na sua calma sugeriu pararmos para perguntar, o patriarca resistiu. Muitas voltas depois, perguntamos. O rapaz ensinou e duas sinaleiras (denominação para sinal de trânsito) depois estávamos no Shopping.
A viagem foi cheia de acontecimentos marcantes, muito especial. Além de tudo, ainda ganhei uma apelido: filha. Meu irmão começou a me chamar assim, crentes que ia me irritar, mas eu adorei!

Já pensou a gente no Retrato Falado? Denise Fraga seria mainha. E quem escalariam para fazer o resto da família? Rsss

Fernanda Sobral

4 comentários:

Anônimo disse...

Bombou!!!!
Quero ver uma foto da placa!!!
Quando será a proxima viagem?
Beijo filha!
Sylvinha

Anônimo disse...

Texto brilhante. Simples, claro e objetivo traduz muita leveza! E mesmo não conhecendo a narradora parece q ela está ao nosso lado contando a história. Muito irreverente! Parabéns Fernandinha e parabéns amiga Veca

Anônimo disse...

adooooorei.
voçes estão demais.
beijos a mãe da historia.

Mel Furtado disse...

Meninas, estou parecendo uma louca a rir alto sozinha em frente a tela do computador. Adorei todos os episódios, sim, episódios, pois esse blog parece até mais umas dessas minissérie globais.
SHOW!!!
Mel