terça-feira, 29 de abril de 2008

TPM

Tensão Pré-menstrual. Sou a pessoa certa para falar dessa síndrome. Convivo há anos com as variadas formas que meus hormônios encontram para se manifestar, quando enlouquecem durante uns dez dias por mês. Sim, acho melhor dizer que a loucura é hormonal e não minha. Não é minha culpa se choro por qualquer coisa ou mesmo por nada. Não sou responsável pela insônia, pelos nervos à flor da pele (aí Zeca Baleiro!). Não sou eu quem fala coisas que em estado normal nem pensaria. São eles, os hormônios, que se mostram e não eu. Portanto, não me acusem de louca, estressada, chorona ou burra. Rita Lee disse tudo: "mulher é bicho esquisito". Resolvi procurar um médico após uma manhã, há muitos anos, quando dirigia e ouvia o rádio, tive uma crise de choro enquanto Gil, o compositor e intérprete (antes de ser ministro), cantava a fome da menina Madalena, só saciada com orações ao senhor do Bomfim, pois a mãe não tinha como alimentá-la. Antes disso, já havia "me estranhado", ao assistir a comédia "Esqueceram de Mim": chorei tanto quando a mãe, em pleno vôo, percebeu que havia esquecido um dos filhos em casa, que não consegui achar nada engraçado. Na época, o médico que procurei receitou diurético e recomendou uma dieta com pouco sal e nada de cafeína. Isso pra mim, que sou louca por café e Coca Cola! Acho que ele queria me enlouquecer de vez. Eu juro que tentei, mas não durou muito. Lembro que numa noite, em que jantávamos eu e minhas duas irmãs, o clima ficou tão tenso que uma delas saiu dizendo que só voltaria depois que nós, as "afetadas" pela dança dos hormônios, menstruássemos... Rimos muito, as três, o que aliviou o ambiente... Apesar de tudo isso, tenho uma amiga que adora a TPM. Ela aproveita para desabafar e fala tudo o que não falaria normalmente. Já a alertei que essa falta de freio pode causar acidentes irreparáveis, mas por enquanto ela nem liga e segue liberando seus desaforos a quem atravessa seu caminho. Falando em acidentes, devo muita à dedicação do meu anjo da guarda, pois passar em sinal amarelo ou mesmo fechado requer toda proteção possível. E meu anjo tem trabalhado bem, graças a Deus! Estou escrevendo esse texto em fase de TPM e espero que vocês relevem algum erro absurdo. Não que eu não me engane em estado normal, mas nessa fase sou terrivelmente burra. A propósito, um dia falei para uma colega de trabalho que não estava conseguindo escrever nada, pois me sentia obtusa e ela, espantada, perguntou-me: "O que é obtusa"? Percebi que mesmo na TPM eu não estava tão mal assim. Pelo menos ainda conservava um vocabulário razoável.

Evelyne Furtado

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O mal das mulheres


Eu e Tia Veca sofremos do mesmo mal que muitas mulheres. E hoje, me pergunto como ainda não tínhamos falado sobre isso? TPM. Sim, aqueles momentos de total insanidade e angustia que vivemos nos dias que antecedem a menstruação.

Algumas mulheres, ou melhor, algumas sortudas não sofrem deste mal. Estas passam o mês tranqüilas e sentem apenas leves cólicas. No hábitat natural destas mulheres não há abalos sísmicos mensais como no meu.

Um lar de uma pessoa com TPM é tenso. As pessoas nunca sabem o que esperar daquele ser “psicologicamente modificado”. Crises de choro podem ser facilmente interrompidas por acessos de fúria. Neste período do nosso mês ficamos subindo e descendo montanhas, um dia felizes, um dia tristes e uns dias bem explosivos.

Mas, o pior de tudo é: somos tomadas por um enorme sentimento de solidão e infelicidade. Tudo é ruim. Tudo está errado. Tudo conspira contra nós. Ninguém entende. Até que aparece a luz no fim do túnel e abrimos um largo sorriso e admitimos para quem quiser ouvir: - Estou com TPM! Admitindo a nossa condição somos perdoadas e absolvidas pelos nossos convivas. E ainda, passamos a lidar melhor com aquela sensação indesejável.

E nada melhor que praticar exercícios físicos, trabalhar o lado espiritual e reduzir a ingestão de cafeína e álcool para procurar o equilíbrio emocional (dicas da Revista Bons Fluidos).

terça-feira, 22 de abril de 2008

Mulheres em Crise?


Uma mulher em crise é algo absolutamente natural. A sensibilidade é mais comum ao sexo feminino e a vida um pouco mais difícil. Meu discurso não é feminista. Devemos ao movimento feminista, muitas conquistas, mas não tenho muita familiaridade com o assunto para discuti-lo agora. Nunca me senti inferior ao homem, em nenhum aspecto.

O que vejo é que fomos submetidas historicamente ao poder masculino e há muito pouco tempo chegamos aos direitos iguais, garantidos constitucionalmente. Aqui no Brasil, por exemplo, só a partir da Constituição de 1988. No entanto, nós mulheres, ainda lidamos com os resíduos culturais sexistas.

Por isso conheço muitas mulheres em crise. Junte-se a sensibilidade,o romantismo e as alterações hormonais ao cotidiano de uma mulher que tem uma carreira, precisa de um salário para se sustentar e ainda quer amar e ter filhos.

Algumas de nós trabalham um dia inteiro fora de casa e ainda acordam de madrugada para preparar a comida do marido e dos filhos.

Mesmo quando independentes, economicamente, não temos a mesma liberdade masculina. Somos olhadas com desconfiança quando ousamos. Assustamos quando nos posicionamos em pé de igualdade com os homens.

Atualmente vivemos um período de acomodação nos relacionamentos entre mulheres e homens. Avançamos, mas queremos amar. Desejamos sexo, mas com respeito e afeto, além da excitação. Trabalhamos, dividimos contas, mas queremos mimo (e retribuímos). Não queremos competir com parceiros. A competição não cabe em uma relação amorosa.

Devo ressaltar que não está sendo fácil para a ala masculina. Muitos estão esforçando-se para se adaptar à nova mulher que difere da mãe, mesmo aquelas mais modernas. O modelo padrão, para uma geração de homens entre 30 e 50 anos, é da mãe submissa e do pai chefe de família. E ainda temos um agravante: há falta de homens no mercado e essa diferença em números, gera uma disputa absolutamente desagradável entre as mulheres, enquanto permite aos homens uma escolha farta.

Ainda assim, estamos na luta. Enfrentamos a tal crise com lágrimas, mas também com humor. Amor temos de sobra para dar. Sem falar que toda crise permite um crescimento. Acharemos uma forma saudável de conviver com esses inconvenientes. Tomara que não demore muito.

Evelyne Furtado.

SABEDORIA

ISSO É MUITA SABEDORIA
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Clarice Lispector

*Caros leitores, nos desculpem a demora nas postagens, mas estamos com problemas nos nossos computadores. Assim que resolvemos voltaremos a postar com frequência.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Bibelô, jamais!

Terça-feira, 8 de Abril de 2008
Bibelô, jamais!

Ainda bem que não precisamos escolher. Estudar é essencial e hoje, com toda facilidade que há, só não estuda (ou faz de conta que estuda quem não quer).

Pois bem, não fui uma aluna exemplar, longe disso, contudo sempre gostei de ler e nunca abri mão de ser uma mulher bem informada. Com sinceridade, tenho mais saudade da faculdade do que do ensino médio. Gostava tanto daquela liberdade que passei anos na UFRN, onde além de estudar direito, fiz amigos maravilhosos e me diverti muito.

Quanto aos estudos, gosto cada vez mais de adquirir conhecimentos e de ter consciência que é inesgotável a fonte de aprendizado.

Ah, mas se pudesse seria linda. Confesso, sem constrangimento nenhum. Só que descobri há anos que não sou nenhuma Maitê Proença (linda e inteligente), porém não há muitas Maitês por aí, e cada uma de nós temos os nossos encantos.

Que comparação boba essa minha. Aliás toda comparação é idiota. A gente é o que é e pronto.

Claro que nos faz um bem enorme uma tarde num salão, pelo menos para mim, que detesto academia e tenho medo de plástica.

Quanto a cuidar só da beleza e casar com homem rico, além de não ser fácil achar um, não vale à pena mesmo. Ser "bibelô" não faz bem a ninguém, muito menos a mulheres inteligentes com tudo para se realizarem na vida por si.

Casamento, só por amor. Já pensou aguentar um cara rico e chato...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Eu escolhi estudar.

Nós mulheres temos algumas escolhas bastante peculiares, como por exemplo decidir se vamos investir na profissão ou na beleza. Pode parecer radical, mas não é. Se você escolher estudar, você certamente investirá nos estudos, numa faculdade, num estágio, num emprego e empreendimentos que façam você alcançar o almejado sucesso profissional. Você terá que ser bem sucedida, inteligente, perspicaz, bonita, bem-vestida, atualizada e ainda dá conta do seu trabalho e da sua vida pessoal mantendo equilíbrio entre eles.
Mas, você tem outra opção. Você pode investir na beleza. É um caminho mais rápido, menos tortuoso e com resultados mais visíveis em curto prazo. Por exemplo, você arruma rapidinho um marido rico que irá te sustentar e fazer “feliz” o resto da vida. Investir na beleza é questão de administração. Você acordará as dez da manhã, irá para academia – com a tênis da última moda e roupas fashion -, tomará um açaí na lanchonete, depois você almoça com seu marido e sorrir (seu único papel é sorrir), descansa e vai para a etapa mais complicada e exaustiva do seu dia: os tratamentos de beleza. Chegará em casa cansada, mas tem que estar sempre impecável para jantar com o marido. E assim, vai vivendo.
Quem opta por estudar tem um caminho bem mais complicado e resulto a longo prazo. Você tem que acordar cedo para ir à academia, chegar correndo e se arrumar para trabalhar. Vai ao trabalho dá o máximo de si, almoça com as amigas ou tem almoço de negócios.Corre pra fazer unhas, depilação e cabelos no horário de almoço. Corre para passar na costureira, na massagem (quando dá tempo). Nos intervalos da correria, lê as revistas semanais, jornais, blogs, portais de comunicação, livros etc. Algumas ainda escrevem, pintam, interpretam, cantam... enfim, várias atividades diárias. Mas, mesmo assim, dão conta da beleza e estão amáveis para nossos familiares e respectivos.
É difícil a escolha e quanto mais cedo traçarmos nossos objetivos melhor.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Vida em Prosa e Verso.

Adorei ler Fernanda em prosa em verso. A prosa cheia de humor eu já conhecia. A poesia rica em lirismo, adorei conhecer. Parabéns, parceirinha!

Eis a vida passando por nós com todas as suas manifestações. Vivemos e sentimos. Sentimos amor, alegria, prazer, compaixão, raiva e dor. Estes são apenas exemplos do que sentimos ao longo da vida.

Em um dia morremos de rir com algo engraçado que nos acontece. Vem outro dia e leva a nossa alegria. Mas há noites estreladas entre um dia e outro. E olhar um céu bonito também faz bem ao coração.

Aliás muita coisa boa pode acontecer em uma noite, inclusive dormir e ter sonhos bem hollywoodianos. A gente acorda numa felicidade e às vezes nem sabe o porquê...

Importante lembrar que para amadurecermos temos que vivenciar a dor e a alegria. O sucesso e o fracasso. E mais: a vida dá voltas e voltas, o que hoje é infelicidade, amanhã pode se tornar uma bela realidade.

O visível que não se vê.

Estava lá, bem ali.
Eu não vi.
Era tarde quando percebi.

Continua ali.
Eu continuo a sentir.
Mas, já não era amor e não percebi.



*Lançando a fase poesias...
Fernanda Sobral