terça-feira, 22 de abril de 2008

Mulheres em Crise?


Uma mulher em crise é algo absolutamente natural. A sensibilidade é mais comum ao sexo feminino e a vida um pouco mais difícil. Meu discurso não é feminista. Devemos ao movimento feminista, muitas conquistas, mas não tenho muita familiaridade com o assunto para discuti-lo agora. Nunca me senti inferior ao homem, em nenhum aspecto.

O que vejo é que fomos submetidas historicamente ao poder masculino e há muito pouco tempo chegamos aos direitos iguais, garantidos constitucionalmente. Aqui no Brasil, por exemplo, só a partir da Constituição de 1988. No entanto, nós mulheres, ainda lidamos com os resíduos culturais sexistas.

Por isso conheço muitas mulheres em crise. Junte-se a sensibilidade,o romantismo e as alterações hormonais ao cotidiano de uma mulher que tem uma carreira, precisa de um salário para se sustentar e ainda quer amar e ter filhos.

Algumas de nós trabalham um dia inteiro fora de casa e ainda acordam de madrugada para preparar a comida do marido e dos filhos.

Mesmo quando independentes, economicamente, não temos a mesma liberdade masculina. Somos olhadas com desconfiança quando ousamos. Assustamos quando nos posicionamos em pé de igualdade com os homens.

Atualmente vivemos um período de acomodação nos relacionamentos entre mulheres e homens. Avançamos, mas queremos amar. Desejamos sexo, mas com respeito e afeto, além da excitação. Trabalhamos, dividimos contas, mas queremos mimo (e retribuímos). Não queremos competir com parceiros. A competição não cabe em uma relação amorosa.

Devo ressaltar que não está sendo fácil para a ala masculina. Muitos estão esforçando-se para se adaptar à nova mulher que difere da mãe, mesmo aquelas mais modernas. O modelo padrão, para uma geração de homens entre 30 e 50 anos, é da mãe submissa e do pai chefe de família. E ainda temos um agravante: há falta de homens no mercado e essa diferença em números, gera uma disputa absolutamente desagradável entre as mulheres, enquanto permite aos homens uma escolha farta.

Ainda assim, estamos na luta. Enfrentamos a tal crise com lágrimas, mas também com humor. Amor temos de sobra para dar. Sem falar que toda crise permite um crescimento. Acharemos uma forma saudável de conviver com esses inconvenientes. Tomara que não demore muito.

Evelyne Furtado.

3 comentários:

Anônimo disse...

concordo muito com a questão das crises... e tenho até um acréscimo a fazer... tais crises surgem cada vez mais cedo... as escolhas, decisões e renúncias devem ser tomadas cada vez mais cedo pelo sexo feminino. A escolha da carreira, o emprego, o namorado certo; são tantas questões que me fazem desistir de enumera-las. Mas, sem dúvidas, uma delas é a mais marcante: desfrutar da maternidade no período biologicamente correto, ou esperar pela estabilidade financeira e curtir a maternidade na época financeiramente certa? Difícil de responder, divergências são levantadas quanto a este assunto. Todavia, uma coisa é certa... poucas mulheres abrem mão da segurança e estabilidade, porque estes fatores influenciam até mesmo no âmbito amoroso, ao livra-las de relacionamentos fracassados só pela dependência financeira, e não emocional.
Somos mulheres mais modernas sim, com mais possibilidades de escolhas, mas, sem dúvidas, pagamos um preço bem alto por isso.

Capitão-Mor disse...

Talvez a vida das mulheres modernas seja um universo demasiadamente complexo. Antigamente remetiam-se unica e exclusivamente ao lar. Certo ou errado? Hum...creio que mais simples seria com toda a certeza!

Evelyne Furtado. disse...

Isabelle, você tem toda razão. Pagamos um preço sim e devemos nos valorizar mais ainda por isso.
Obrigada pela colaboração.
Bjs


Oi, Capitão!
Com certeza era mais simples, mas também restrita e muitas vezes infelizes, sem chance de mudar.
Você me imagina dedicando-me só ao lar?
Vamos levando e crescendo com as crises.
Bjs