sábado, 21 de junho de 2008

Japa Ruiva ou Enquanto Fernanda Não Vem.

Acordei com batidas fortes na porta. O sono profundo só me pegou de madrugada. Após assistir Medium, série que adoro e ter dito à minha irmã Melissa que não tinha medo nenhum de assombrações, tive um pesadelo, o tipo de sonho que graças a Deus não me visitava desde criança.
Aliás, segundo minha irmã caçula, sempre que digo que não tenho medo de alguma coisa, o destino vem me dar uma liçãozinha, mas essa é outra história.
Voltando ao assunto desse texto, meu cunhado me acordou, dizendo que havia ligado mil vezes para o meu quarto. Eu não ouvi, claro. Agora tinha que me apressar para um city tour em Buenos Aires. Estavam "só" me esperando.
Entrei no ônibus ainda acordando e logo vem um fotógrafo, fazendo fotos de todos para entregar ao final. Pediram para tirar os óculos. Obedeci.
Praça de Mayo, Casa Rosada, Catedral, Igreja Del Pilar, Boca. Na Boca ouvi tango pela primeira vez em Baires (é assim que Laura minha amiga portenha se refere à sua cidade e lá vou com a mesma intimidade).
Gostei de tudo e voltei feliz no ônibus. Ao entrar o moço que fez as fotos vem entregá-las e receber seu pagamento. Pego a minha e o primeiro impulso foi chamá-lo para devolver. Ele havia se confundido. Aquela foto não era a minha. Tudo bem que eu já sabia que seria feita uma montagem e no mínimo eu ganharia uma silhueta linda de tangueira, mas o rosto teria que ser o meu e não era o caso.
Chamei o rapaz, enquanto tentava lembrar das fisionomias dos demais passageiros. Não tinha ninguém com aquele rosto. Bem, ele se enganara e procuraria a minha foto. Nessa altura, Mel pede para ver a foto e me diz: - é você, Evelyne.
- Eu, como assim? (uma pergunta de loura e não de ruiva, tudo bem,rs)
Pedimos a André para resolver o impasse. Ele foi enfático: é uma japa ruiva, mas essa japa é você Veca.
Juro que ainda não me reconheço naquela foto, mas confio na minha família e paguei ao cara, agradecida pelo corpinho que ele me deu dentro de um vestido vermelho e justo.
A explicação? Eu ainda estava dormindo quando ele me fotografou e meus olhos estavam fechadinhos como os olhos das japonesas, para completar a transformação, ele me tirou os cachos e fez um coque. De mim ficou um rosto branquíssimo e redondo, olhos apertados e à cor do meu cabelo, sem cachos, foi acentuado um tom ruivo.
Quase morro de rir na hora. Ainda olho para a fotografia e não me reconheço, mas já gosto dela.
* Japa é aqui não é pejorativo e sim um termo carinhoso.

4 comentários:

Anônimo disse...

Veka, eu e André quase morremos de rir com o texto. E continuo a rir me lembrando da sua expressão ao receber a tal fota da "japa ruiva". Esse foi só mais um momento gostoso da nossa viagem.
Ei, encontrei uns filminhos que fiz de nós no nosso "interminável" vôo de volta ao Brasil. ÓTIMOS.
KKKKKKKKKKK
Mel

Evelyne Furtado. disse...

Imagino a tranquilidade desses filminhos,kkkkkkk
A foto eu já mostrei a todo mundo e continuo a rir com ela, mas Fernanda, a outra parte do dobro, esteve aqui correndo e disse para eu guardae e mostrar o meu corpito aos quarente e tantos aos netos.
Valeu, hermanos.
Se der leia sobre o 40 de Verusschka no Meu Universo em Prosa e Poesia. Também é para rir.
Beijos e saudades!

Laura V. disse...

Já tinha ouvido falar da "Vequi japa ruiva"...mas eu ainda nao vi a foto!!! (manda pelo mail Vequinha!!)
Aproveito o comment pra dar uns beijos na Mel e no André!
Beijos pra todos ! (eu deixo Verusschka para amanha)

Evelyne Furtado. disse...

Laurita, tenho que scanear, quando fizer isso ou até exponho por aqui, pq é hilária,rsrs.
Mel e André adoraram vc. Ele agora está em campanha política e Mel assumiu a coluna dele no Jornal local. Estreou muito bem. Fiquei orgulhosa!
Beijos e obrigada pela visita minha amiga de Baires,rs.