terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre panelas e tampas.


Crise dos 25? O que vem a ser isso? Não me lembro dessa, Fernandinha. Tive uma perda grande durante essa fase e a crise passou despercebida. Para você ver que a vida é mais do que essas questões menores que a gente internaliza. Nesse período eu também tinha acabado de ganhar o maior presente que a vida me deu e que junto com você faz 25 anos em abril. A vida é assim tira e põe; põe e tira, mas se a gente prestar atenção mais dar do que tira. Tampas também se põe e se tira. Aqui já estamos falando em panelas e apesar de não ser manchete jornalística é gritante a crise no mercado de tampas. Há mais panelas do que tampas. Mas ainda há tampas e boas tampas. Claro que para deixar de ser frigideira, há de se querer uma tampa das melhores, não é? Você não é do tipo que aceita tampa que aperte ou que não se ajuste, só para dizer que tem uma. Uma tampa para chamar de sua? Bem, não digo que em alguns momentos até se use e que faça bem, mas conheço de perto essa quase filha e sei que ela está escolhendo. Pois bem, encare esse momento como um momento de escolha sua e não da tampa. Afinal, dizem que somos nós a escolher. Quanto à crise de idade, esse papo renderia mais. No ano que vem estaremos em dobro outra vez literalmente, ou melhor, numericamente. Como você, sou ansiosa e já estou vivendo ela, mas tento todos os dias ver o lado bom da história. É o meu exercício diário, além das listas de exercícios de estatística, pois voltei à faculdade, dessa vez cursando Psicologia, e também entram números nesse curso tão humanista. Não há receitas, parceirinha, mas alegria, bom humor e música ajudam. Qualquer hora a gente se encontra para cantar aqui em Natal ou aí na Paulicéia, com Vinha no coro e quem sabe com tampas na percussão.

Evelyne Furtado, 22 de fevereiro de 2011

2 comentários:

Dolce Vita disse...

Olá Evelyne!


Reflexões articuladas com sensibilidade e humor. Adorei!


beijos
Dolce

MEL FURTADO disse...

Adorei o texto, Veca!