sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ainda sobre a crise.




Junto com a crise dos quase 25... me vêm vários pensamentos, sobre várias coisas. Futuro, presente, passado. Onde eu quero ir, onde eu já fui. A cabeça está um turbilhão de ideias. Nesses dias me peguei pensando numa frase que ouvi "quando você envelhecer, vai ver que vai ficar cheia de manias". Isso me assustou. Aí eu comecei a pensar que moro só atualmente e a probabilidade de desenvolver uma séries de manias é quase a mesma da Novela das 21h acabar com casamento, prisão e nascimento. Me angustiei. Fiz uma lista de coisas que podem ser manias e comecei a analisá-las.
Dormir sempre do mesmo lado da cama? (não, não... eu me mexo muito).
Ir sempre no mesmo supermercado e comprar sempre as mesmas coisas? (não, não... eu quase nunca vou ao mercado e quase nunca como em casa).
Fazer algum ritual antes de dormir? (não, não... escovar os dentes e passar cremes é questão de higiene pessoal)
Acender incensos? (não, eu consigo viver sem)
Checar se fechei as portas e as janelas (é cautela, tá?)
Fazer listas das coisas que eu tenho que fazer (organização?)
E me pego pensando e analisando se certas coisas são manias... Faz semanas que estou pensando nisto... E descobri que eu tenho uma mania, acho que a pior de todas: a de não querer ter manias!

Fernanda Sobral, em 24/02/11.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre panelas e tampas.


Crise dos 25? O que vem a ser isso? Não me lembro dessa, Fernandinha. Tive uma perda grande durante essa fase e a crise passou despercebida. Para você ver que a vida é mais do que essas questões menores que a gente internaliza. Nesse período eu também tinha acabado de ganhar o maior presente que a vida me deu e que junto com você faz 25 anos em abril. A vida é assim tira e põe; põe e tira, mas se a gente prestar atenção mais dar do que tira. Tampas também se põe e se tira. Aqui já estamos falando em panelas e apesar de não ser manchete jornalística é gritante a crise no mercado de tampas. Há mais panelas do que tampas. Mas ainda há tampas e boas tampas. Claro que para deixar de ser frigideira, há de se querer uma tampa das melhores, não é? Você não é do tipo que aceita tampa que aperte ou que não se ajuste, só para dizer que tem uma. Uma tampa para chamar de sua? Bem, não digo que em alguns momentos até se use e que faça bem, mas conheço de perto essa quase filha e sei que ela está escolhendo. Pois bem, encare esse momento como um momento de escolha sua e não da tampa. Afinal, dizem que somos nós a escolher. Quanto à crise de idade, esse papo renderia mais. No ano que vem estaremos em dobro outra vez literalmente, ou melhor, numericamente. Como você, sou ansiosa e já estou vivendo ela, mas tento todos os dias ver o lado bom da história. É o meu exercício diário, além das listas de exercícios de estatística, pois voltei à faculdade, dessa vez cursando Psicologia, e também entram números nesse curso tão humanista. Não há receitas, parceirinha, mas alegria, bom humor e música ajudam. Qualquer hora a gente se encontra para cantar aqui em Natal ou aí na Paulicéia, com Vinha no coro e quem sabe com tampas na percussão.

Evelyne Furtado, 22 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Frigideira?


E foi-se um ano desde o último post.
Continuo morando na paulicéia desvairada e minha parceira/segunda mãe continua em Natal. Só penso se ainda podemos nos chamar de "Mulheres de dobro", porque estou na crise dos 2.5... já já vou começar a mentir a idade e o nome do blog perderá o sentido. Eu e Tia Veca mudamos nesse último ano, mas continuamos cantarolando Chico Buarque. Da última vez, felizes, de cachecol e pelas ruas de São Paulo. É bom mudar, mas assusta saber que estamos mudando. Algumas coisas não incomodam mais e algumas incomodam demais. O fato de saber que sou uma frigideira me incomoda, mas eu já me acostumei. Sim, uma frigideira. Aquela tipo de panela que todo nós temos no armário e que não tem tampa. É caro leitor, você leu direito: Não tem tampa. Usa tampa de outras panelas que estão armário quando necessário. Mas não tem sua tampa específica. Aquela tampa que é exatamente ideal, aquela tampa feita para completar sua estrutura, aquela tampa fundamental, aquela tampa que fará toda diferença no cozimento do seu arroz. Não, uma frigideira. É indispensável, todo mundo tem, está sempre lá no armário... mas ela não foi projetada para ter uma tampa. Usa tampas, mas chega a hora que as tampas voltam pra suas panelas, suas donas, e a frigideira fica lá destampada. Me incomoda saber que sou frigideira, até porque essa palavra nunca foi muito sonora pra mim. Fale alto: FRIGIDEIRA.Estranho, né? Sempre tem alguem que vai dizer "mas eu já vi frigideira com tampa", mas vamos combinar que a maioria delas não tem, e se você viu uma frigideira com tampa, me desculpe, não é uma frigideira é uma panela disfarçada. Frigideira não tem tampas. Vamos nos acostumar com isto?

Fernanda Sobral
São Paulo, 20/02/2011.